Quarta-feira, dia 17 de novembro, foi o Dia Mundial da Prematuridade. A data, junto com o mês “Novembro Roxo”, marcam uma campanha mundial que objetiva alertar sobre as causas e consequências do parto prematuro. No Hospital Regional São Paulo (HRSP), o assunto está sendo trabalhado nas últimas semanas através de mural informativo e divulgação pelas redes sociais. O principal evento aconteceu na última quarta-feira, envolvendo mães de bebês internados na UTI Neonatal do hospital. Cada mãe ganhou um porta-retratos com fotos do bebê.
Desde 2017, o Grupo de Humanização do HRSP organiza ações para marcar o Novembro Roxo, uma das atividades é a sessão de fotos com os bebês internados na UTI. Neste ano, as fotos ocorreram no último dia 11 e envolveram nove prematuros. As crianças foram fotografadas com polvos confeccionados em crochê e doados por uma artesã voluntária. O material foi rigorosamente higienizado antes do contato com cada criança.
A Assistente Social do HRSP, Maquieli Casaril, explica que a ação envolveu vários profissionais do hospital, que foram responsáveis por todo o processo do ensaio fotográfico e a montagem dos porta-retratos. “Além de fortalecer a conscientização e a reflexão sobre a prematuridade, a iniciativa visa criar vínculos com as mães,” diz Maquieli. A psicóloga Carolina Kist esclarece que uma ação como essa, “tira as mães da rotina de doença e preocupações ao estar em uma UTI Neonatal. Nenhuma mãe se prepara para ter um bebê prematuro e esse cenário desconhecido, assusta. Verificamos que muitas mães de prematuros, acabam desenvolvendo muito medo, ansiedade e insegurança. Por outro lado, ações como essa, minimizam as preocupações e incertezas.”
Voluntariado
O HRSP conta com a contribuição de incontáveis voluntários para diversas ações. A artesã Aline Ávila é uma delas. Ela decidiu confeccionar e doar os polvos em crochê, depois que o próprio filho precisou ficar em observação em uma UTI Neonatal. No dia da sessão de fotos, a voluntária foi convidada para acompanhar o ensaio. “Para mim foi muito gratificante presenciar a alegria das mães em ver os bebês sendo fotografados e agora recebendo essa recordação. É emocionante ver o carinho e o cuidado que os profissionais de enfermagem, equipe médica e assistencial tem com os bebês. É uma experiência que eu vou levar para toda minha vida. Tenho total convicção que estou fazendo a escolha profissional certa,” afirmou a voluntária que é estudante de Técnica de Enfermagem.
Campanha
O tema da campanha Novembro Roxo deste ano é “Separação zero: aja agora! Mantenha pais e bebês prematuros juntos!”. No HRSP as mães podem acompanhar a internação dos bebês prematuros, isso porque o hospital conta com alojamento e oferece estrutura para que elas permaneçam ao lado dos filhos, 24 horas por dia. A intenção do hospital é fortalecer o vínculo entre mãe e bebê e garantir que seja oferecido o leito materno.
Números
A Gerente de Enfermagem e Atendimento do HRSP, Enfermeira Neonatologista Michele S. F. da Silva, explica que o parto é considerado prematuro quando acontece antes de 37 semanas de gestação. No Hospital Regional São Paulo, nasceram 117 crianças no primeiro semestre de 2021, sendo que a taxa de prematuridade é de 10%.
Segundo dados da ONG Prematuridade.com, a prematuridade é a principal causa de mortalidade infantil antes dos cinco anos de idade – a estimativa é que 1 milhão de bebês vão a óbito todos os anos em decorrência da prematuridade no mundo. O Brasil é o 10º país no ranking global de partos prematuros, os quais ocasionam 10 vezes mais óbitos de crianças do que o câncer. São 340 mil famílias passando pela experiência da prematuridade todo ano em território brasileiro, 12% do total de nascimentos.
Segundo especialistas vários motivos podem levar a prematuridade, no entanto, a prevenção pode ser garantida com o acompanhamento pré-natal e uma gestação saudável. A ONG Prematuridade.com recomenda no mínimo seis consultas com o médico especialista.
Outras medidas preventivas, são:
– Relatar ao médico a ocorrência de doenças crônicas e reações alérgicas já apresentadas, história familiar, assim como o histórico de saúde do pai do bebê;
– Nunca se automedicar, já que alguns remédios são altamente perigosos para as gestantes;
– Manter em dia o calendário de vacinação. Algumas vacinas estão contraindicadas na gravidez e outras necessitam reforço. O médico poderá dar todas as orientações;
– Consumir ácido fólico e da vitamina B12, que vão garantir que o bebê não desenvolva malformações e danos no sistema nervoso. O consumo do ácido fólico deve ser iniciado antes mesmo da concepção do bebê. Esses nutrientes são facilmente encontrados em alimentos de origem animal (carnes, laticínios, ovos) e em vegetais verde-escuros;
– A gestante também deve estar alerta para sangramentos e observar líquidos e secreções vaginais.