O mês de setembro é reconhecido pela campanha de prevenção ao suicídio. No Hospital Regional São Paulo (HRSP), o período será marcado por ações internas. Através de murais informativos e de ações junto aos setores, profissionais fortalecerão aos colaboradores, pacientes e acompanhantes, a afirmação que “toda vida importa.”

A campanha Setembro Amarelo existe desde 2015 e foi alavancada pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), pela Associação Brasileira de Psiquiatria e pelo Conselho Federal de Medicina. Conforme a psicóloga do HRSP, Denise Sasso, “a campanha acontece no Brasil e no mundo e traz como principais objetivos a educação, conscientização e prevenção do suicídio – um assunto sério, que diz respeito à vida de uma pessoa que está em sofrimento extremo,” esclarece.

A psicóloga avalia que a pandemia provocou o isolamento social, perdas familiares e sociais e a restrição de acesso às redes de apoio em saúde mental. “Isso potencializou os sintomas em pessoas que já estavam vulneráveis psicologicamente. Por outro lado, também adoeceram pessoas que até então não estavam vulneráveis, como profissionais da saúde, principalmente aqueles que estavam na linha de frente. Esse cenário reforça ainda mais a importância de sabermos identificar indivíduos que estão em sofrimento e conhecer as redes de apoio e tratamento. Temos que lembrar que a campanha Setembro Amarelo preza pela vida, afinal toda a vida importa e agir salva vidas,” finaliza Denise.

Mas como identificar sinais e como ajudar as pessoas que estão pensando em suicídio? A psicóloga do HRSP, Carolina Kist, avalia que “cada pessoa reage de uma forma frente ao próprio sofrimento. Em muitos casos a pessoa não quer morrer, ela quer apenas acabar com a dor e acabar com aquele sofrimento. Sinais de desesperança, dificuldade de planejar estratégias para o futuro, desemprego, dificuldade financeira, aumento do consumo de álcool ou drogas e o isolamento. Muitas vezes os sinais vêm também mascarados de sintomas de depressão, ansiedade, transtornos de humor e insônia. Então, além dos sintomas, é preciso observar também os sinais verbais, que é quando a pessoa fala que está muito cansada, ou que quer desistir de tudo. Não podemos fechar os olhos para esses sinais.”

As profissionais de psicologia recomendam o diálogo e o acolhimento. Carolina orienta que “mesmo que você não saiba exatamente o que dizer, ofereça ajuda. Cabe às pessoas próximas terem esse olhar de cuidado de compaixão para o sofrimento do outro. Conforme o relato da pessoa, é importante que ela seja encaminhada para um serviço de saúde mental, um psicólogo, psiquiatra ou os dois. Nós temos os Caps, as Unidades Básicas de Saúde, as clínicas Escola de Psicologia – com atendimento gratuito e o Centro de Valorização da Vida, que atende 24h de forma anônima e com pessoas qualificadas, pelo telefone 188 ou pelo site www.ponto.cvv.org.br.”