O mês de setembro, dentre importantes campanhas, é reconhecido pela iniciativa Setembro Verde – período de incentivo à doção de órgãos. O Dia Nacional da Doação de Órgãos foi comemorado na última terça-feira (27). A data foi criada por lei em 2007 para realizar campanhas de estímulo à doação. No Hospital Regional São Paulo (HRSP), o assunto é reforçado pela Comissão Hospitalar de Transplantes (CHT), que atua na busca ativa de potenciais doadores e também em processos educativos para a população em geral.
Com a intenção de divulgar a importância da doação de órgãos, o Curso de Enfermagem da Unoesc Xanxerê, promoveu na terça-feira – na portaria de visitas do HRSP – um ato para informar e tirar dúvidas de quem passou pelo local. A atividade, foi coordenada pela Enfermeira e professora Fabiana Floriani e contou com a participação de vários acadêmicos de enfermagem.
Atualmente o HRSP está credenciado para a captação múltipla de órgãos (no caso de pacientes com morte encefálica) e a captação de tecidos oculares (realizada a partir de óbitos ocorridos por parada cardiorrespiratória). Conforme a Coordenadora de Enfermagem do HRSP, Daniela Boccalon, “desde o credenciamento do HRSP, em 2014, ocorreram no hospital oito doações de múltiplos órgãos e 52 doações de tecido ocular.”
Segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, a pandemia provocou a diminuição do número de doadores, estatística que pode ser revertida com conhecimento e informação. Daniela Boccalon esclarece que alguns órgãos podem ser doados em vida, como rim e fígado. Outros, no entanto, dependem do diagnóstico de morte cerebral e de autorização da família. Por isso, “é muito importante que os futuros doadores conversem com os familiares e autorizem a doação dos órgãos e tecidos. Esse é um assunto que não pode ser negligenciado. Um único doador pode salvar até cinco vidas,” afirma.
Segundo o Ministério da Saúde, mais de 50 mil brasileiros aguardam na fila do transplante de órgãos. A maioria está à espera de um rim. O transplante de córnea é o segundo com maior número de pacientes na lista. O Brasil tem um completo programa público de transplante de órgãos de tecidos e de células do mundo. Os pacientes recebem assistência integral gratuita, incluindo exames pré-operatórios cirurgias acompanhamento e medicamentos pós transplante pela rede pública.
Michele Fernandes da Silva, Gerente de Enfermagem do HRSP e integrante da CHT do hospital, avalia que embora tenhamos um importante avanço nessa área, a sociedade ainda precisa falar sobre doação de órgãos, desmistificar crenças e entender os benefícios dos procedimentos. “Campanhas de conscientização sobre a importância da doação de órgãos e tecidos, são fundamentais para melhorar os índices de pacientes que aguardam nas filas. Muitas vezes, por conceitos equivocados ou desconhecimento da vontade de familiares, a doação não é autorizada. Nestes casos, perde o paciente – que deixa de fazer um gesto nobre para salvar vidas, e perde quem está na lista de espera – já que as chances de melhorar a qualidade de vida, diminuem à medida que o tempo passa,” avalia a Gerente de Enfermagem do HRSP.