Está confirmado o encerramento das atividades de internação da ala Covid no Hospital Regional São Paulo (HRSP). A decisão, tomada pelas autoridades estaduais de saúde em conjunto com a direção do hospital, foi comemorada pelos profissionais. Desde o último dia 24 não há pacientes internados na enfermaria e na UTI do setor. O último paciente recuperado da Covid-19, no HRSP, recebeu alta no dia 20 de dezembro.
Desde o início da pandemia, o hospital internou o total de 1077 pacientes com diagnóstico confirmado da Covid-19, destes 694 pacientes – 64,5% se recuperaram da doença e 383 pacientes foram a óbito (35,5%). O Diretor Administrativo do HRSP, Fábio Lunkes, avalia que “foi um período muito desafiador, principalmente no início da pandemia, onde a gente ainda não conhecia com que vírus estávamos lutando. Ninguém estava preparado, mas de uma forma muito rápida, nós tivemos que reorganizar os atendimentos e toda a nossa equipe de profissionais está de parabéns. Precisamos agradecer a todos os colaboradores, médicos e demais prestadores de serviços que foram guerreiros. Também precisamos agradecer aos entes públicos por auxiliar com recursos financeiros e também à comunidade, que nos momentos mais difíceis esteve ao lado do hospital, colaborando inclusive com doações. Acredito que nós estamos saindo mais fortes desse momento.”
O Diretor Técnico do HRSP, Dr. Mário Augusto Marques, também avalia os desafios proporcionados pela pandemia: “De um dia para o outro precisamos montar novos leitos de enfermaria e UTI Covid. Foi o momento mais crucial dessa jornada. Iríamos lidar com uma doença altamente contagiosa, sem conhecermos muito sobre ela. Precisamos então isolar uma ala e montar a UTI. Ao contrário do que muitos possam pensar, essa foi a parte mais fácil de fazer, pois envolve reestruturação e equipamentos. Mas daí faltava o mais importante: o material humano. Não é como montar uma loja e contratar funcionários, esses funcionários que chamamos colaboradores precisam ter conhecimento técnico para trabalhar, em especial em uma UTI. Os médicos e demais colaboradores do hospital tiveram que ser treinados rapidamente para atuar na UTI e foram se capacitando no trabalho mesmo, pois a cada dia surgia um novo estudo que mudava a forma de tratar o doente. Foi muito cansativo, tanto fisicamente como mentalmente. Hoje, é sim um dia de comemorar, pois vencemos essa batalha. Não falo em vencer a guerra, pois não sabemos o dia de amanhã. Junto com essa comemoração, claro, nos vem à mente os familiares das pessoas que infelizmente perderam a vida por causa dessa doença. A eles prestamos nossas condolências e temos a certeza de termos feito o nosso melhor para que sobrevivessem, mas infelizmente existe algo acima de nós que fez com que essa vida se perdesse. No mais, fica o nosso agradecimento a cada um que trabalhou conosco nessa jornada e um agradecimento também a cada palavra, gesto de carinho e gratidão que muitos tiveram pelos colaboradores do HRSP,” finaliza.
A Gerente de Enfermagem e Atendimento do HRSP, Michele Suzana Fernandes da Silva, explica que para “a enfermagem foi um desafio enfrentar a pandemia no sentido de treinar uma equipe grande em pouco tempo para atuar em UTI, assim como estruturar uma UTI, devidamente equipada, com as incertezas que o vírus trouxe para todos os profissionais da saúde. Em contrapartida, o trabalho da enfermagem nunca teve tanta evidência como nesse período. Importante salientar que a enfermagem presta o cuidado integral ao paciente em todas as fazes do adoecimento. Nossa equipe está de parabéns! Foi forte, guerreira e persistente. Cuidou de todos com amor e dedicação,” analisa Michele.
Dr. Jener Ferreira Bueno, Médico Intensivista responsável pela UTI e Vice-Diretor Técnico do HRSP, afirma: “A pandemia se arrasta por quase dois anos. Tempo de desafios inusitados, enfrentamento do inconsciente pessoal e coletivo, confrontados com uma ameaça invisível, a sombra da morte rondando. Armados de coragem, resiliência, bem como tanto conhecimento consolidado quanto disposição para aprender mais, em campo, postados frente à demanda foi feito o melhor. Hoje vivenciamos um fechamento de ciclo, ritual de passagem para um novo horizonte, firme o passo. Sempre vivo o coração!”
Conforme a direção do HRSP, com o fechamento do setor Covid, será possível reativar a unidade de internação. Também serão reforçados os atendimentos em cardiologia, tendo em vista que o hospital é referência nesta área para toda a região Oeste.
Com o número baixo de ocupação em leitos por Covid no Estado, estão ativos leitos de referência para internações da doença na macrorregião Oeste, no Hospital Regional do Oeste, em Chapecó e no Hospital Regional Terezinha Gaio Basso, em São Miguel do Oeste.