A sexta-feira (24), foi de muita alegria para um casal Senegalês que reside no Oeste Catarinense e para os profissionais do Hospital Regional São Paulo (HRSP). Após um mês do nascimento, o menino Serigne finalmente recebeu alta da UTI Neonatal. O momento foi comemorado pela equipe médica, profissionais de enfermagem, equipe psicossocial e multiprofissional.
A história de Ndeye, de 27 anos, ficou conhecida por todos no hospital. Ela chegou na instituição no dia sete de fevereiro, com 21 semanas de gestação. Com um problema cardíaco que exigia importantes cuidados clínicos, ela passou toda a gestação recebendo cuidados médicos. A intenção era que a paciente pudesse levar a gestação adiante para depois fazer o procedimento cirúrgico. Foram mais de 80 dias e duas cirurgias (cesárea e cardíaca) para garantir a saúde da mãe e o desenvolvimento do bebê.
Longe do esposo Ndiasse, que precisou seguir a rotina de trabalho na cidade de Xaxim, Ndeye foi acolhida pelos profissionais da instituição, que inevitavelmente criaram laços de amizade com a paciente. Isso, mesmo tendo a língua como barreira. A Assistente Social do HRSP, Maquieli Casaril, explica que “em muitas ocasiões uma tradutora, cedida pela Secretaria de Saúde de Xaxim, foi chamada para facilitar a comunicação, já que a paciente fala Francês. Além disso, os profissionais usaram muito o Google Tradutor. O marido dela já fala melhor o português e a Ndeye também já está se comunicando bem,” afirma.
Durante o período, o Grupo de Humanização do hospital, sensibilizado com a história da gestante que não podia sair do HRSP, organizou um ensaio fotográfico com a gestante e o esposo. A equipe procurou os profissionais da Kolling Studio e a maquiadora Edilene Balen, que se comoveram com a história e voluntariamente fizeram um lindo ensaio fotográfico com a gestante e o marido.
“Quando fomos procurados, nós nos sensibilizamos com a história e prontamente aceitamos o convite. Foi a primeira vez que fizemos um ensaio fotográfico de gestante nessas condições e dentro de um hospital. Precisamos seguir protocolos de cuidados, higienização e prevenção de contaminação, mas ao mesmo tempo, tínhamos a missão de mostrar por meio da fotografia, a magia, ternura da gestação e o amor do casal,” explicam os fotógrafos Daniel e Neyde Kolling.
O nascimento do bebê mobilizou a equipe de cardiologia, obstetrícia, pediatria, neonatologia e demais profissionais da equipe multiprofissional. Serigne nasceu no dia 22 de abril, com 32 semanas de gestação e pesando 1.605 kg. Algumas semanas depois, no dia 15 de abril Ndeye foi submetida ao procedimento cardíaco para troca de válvula mitral biológica e posteriormente se recuperou na UTI Coronariana.
O Diretor Técnico do HRSP, Dr. Mário Augusto Marques, afirma que é uma grande alegria saber da alta do bebê e que a mãe já está se recuperando. “O HRSP é referência em alta complexidade de cardiologia para todo o grande Oeste Catarinense. Quero parabenizar nesse momento a todos os profissionais do HRSP, desde as equipes médicas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, psicólogos, assistente social, equipe de nutrição, higienização, enfim, todos aqueles que de alguma forma contribuíram para que essa história tivesse o final esperado,” comemora o Diretor Técnico da instituição.
A Psicóloga Charlise Pereira, que acompanhou todo o processo diz que foi uma alegria ver o bebê recebendo alta e a paciente se recuperando. “O caso da Ndeye e do bebê, envolveu além de toda a equipe médica e multiprofissional, também o Grupo de Humanização. Até mesmo um mini chá de bebê, com presentes para a criança, foi proporcionado para a gestante. Esse é um caso onde a longa permanência no ambiente hospitalar, exige uma série de cuidados e demanda de atenção para garantir a saúde e o bem-estar físico e mental,” esclarece.
A Assistente Social Liliane Cavasin reforça ainda que neste caso houve um intenso trabalho de contato e busca de suporte junto da Secretaria de Saúde de Xaxim e do frigorífico onde o casal trabalha. “Criamos uma rede de cooperação, um trabalho conjunto que envolveu também a Casa da Acolhida Santa Bernarda, voluntariado, solidariedade, espiritualidade, compreensão, amor e o desejo de oferecer saúde e dignidade,” finaliza.