A ala Covid do Hospital Regional São Paulo (HRSP), encerrou as atividades. No período em que aconteceram as internações, inúmeros profissionais atuaram de maneira indispensável no setor. Dentre eles, estão os fisioterapeutas, que tiveram papel decisivo na recuperação dos pacientes positivados. Três fisioterapeutas atuaram no setor – uma em cada turno, com técnicas de reabilitação respiratória, motora e cuidados paliativos.

A fisioterapeuta Alessandra Arcari Mozetic, coordena o setor de fisioterapia do HRSP. Junto com ela, atuam na instituição 13 profissionais. Na ala Covid “os profissionais realizavam fisioterapia em todos os pacientes com prescrição médica para a fisioterapia, desde a unidade até a UTI Covid. Os profissionais realizavam fisioterapia respiratória, motora ou ambas, dependendo da condição clínica, sinais vitais do paciente e exames.”

Dentre as técnicas fisioterápicas aplicadas pelas profissionais da instituição, Alessandra destaca a VNI (Ventilação Não-Invasiva), que “é uma técnica feita com auxílio de uma máscara facial conectada ao ventilador mecânico (respirador), com o objetivo de melhorar a oxigenação. Isso pode ser necessário para prevenir uma intubação, por exemplo. No entanto, em casos mais críticos, quando o médico realiza a intubação no paciente, é o fisioterapeuta que fica responsável pela ventilação, ajuste dos parâmetros, avaliação do exame de gasometria, desmame da ventilação mecânica (retirada gradual) e a opção pela pronação junto com a equipe multidisciplinar (colocar a pessoa de bruços).”

As fisioterapeutas Thaís Strapasson Sabadin e Andressa A. Cavalheiro Grison, acompanharam os últimos pacientes tratados na unidade Covid do HRSP. Andressa comenta que iniciava o turno da manhã, com a organização da rotina, checklist das ações e verificação de exames. “Nossas atividades iam desde os posicionamentos adequados do paciente, ajustes da ventilação mecânica, desmame de oxigênioterapia e mobilidade. Funções regulamentadas pelos conselhos que regem a profissão da fisioterapia.”

Thaís explica que quando um paciente fica vários dias internado, restrito ao leito, a falta de mobilidade pode causar complicações respiratórias e músculo-esqueléticas. Na ala Covid, os fisioterapeutas também atuavam para prevenir esses efeitos. “O objetivo do fisioterapeuta é melhorar a função respiratória, motora e que o paciente possa voltar as suas atividades diárias, com menos limitações possíveis. Trabalhamos os exercícios físicos de acordo com o que o paciente consegue, melhorando a força, a mobilidade e a capacidade cardiorrespiratória. Também executamos a fisioterapia respiratória, que tem o objetivo de melhorar a função pulmonar do paciente, seja de forma ativa ou por meio de ventilação mecânica,” esclarece.

Andressa, que trabalhou com pacientes de Covid durante todo o período em que o setor esteve em atuação, avalia que “trabalhar na UTI Covid, foi um desafio grandioso, porém recompensador. A atuação, juntamente com os demais membros da equipe, foi de suma importância na recuperação dos pacientes, para que eles pudessem retornar ao aconchego dos familiares, bem como as suas funções.”