Dr. Mário Augusto Marques é médico há 27 anos e há 18 anos atua como Diretor Técnico do Hospital Regional São Paulo. Neste Dia do Médico, o profissional avalia: “Exercemos uma profissão que não é melhor nem pior do que qualquer outra, mas é sim diferente, pois lida com vidas e nosso bem maior é a vida.” Confira a entrevista!
Por que escolheu essa profissão?
Quando eu terminei o segundo grau, eu queria muito continuar estudando. Eu tinha 17 anos e nunca tinha sequer pegado um exame. Porém havia um problema. Meu pai faleceu quando eu tinha sete anos e minha mãe viúva, teve que se virar para sustentar sete filhos. Então, não tinha condições de eu seguir os estudos. Somente após três anos, meu tio que é médico e mais dois irmãos meus, que tinham um pouco de condições financeiras, me procuraram e perguntaram se eu queria estudar, pois iriam me ajudar. Naquela época, eu auxiliava em uma oficina mecânica e fazia desenhos para festas infantis. Eu não pensei duas vezes em aceitar o convite e voltei aos estudos, seguindo a carreira do meu tio, que era um exemplo para mim. Também foram fundamentais para minha formação, minha mãe e minha irmã, que sempre me ajudaram com roupas, materiais de higiene e alimentos que eu levava para Pelotas – RS.
Onde realizou sua formação e quantos anos atua como médico?
Eu fiz minha formação na Universidade Federal de Pelotas – RS, tendo me formado em 23 de julho de 1994. Trabalhei por seis meses em Guaíba – RS, cidade próxima a Porto Alegre fazendo plantões na emergência. No ano seguinte, em 1995, retornei a Pelotas onde fiz minha residência em Clínica Médica por dois anos. Após a residência, vim trabalhar em Xanxerê no Hospital Regional São Paulo (HRSP).
Há quantos anos atua no HRSP e como Diretor Técnico da instituição?
No dia 06 de janeiro de 2022 completarei 25 anos em Xanxerê, sempre atuando no HRSP. Em março de 2003 eu assumi a Direção Técnica do HRSP, portando há 18 anos que sou o responsável técnico deste hospital.
Como avalia esse período e a responsabilidade de atuar como Diretor Técnico de um hospital tão importante para o Estado?
A responsabilidade é muito grande, pois atendemos a uma grande parcela da população, não só da região da AMAI (Associação dos Municípios do Alto Irani), mas também na área de Cardiologia para mais de 1,3 milhão de habitantes. Atendemos 95% dos pacientes pelo SUS e somos porta de entrada para urgência e emergência. São muitos desafios e minha função é garantir condições técnicas para que os médicos e demais profissionais possam atender a todos pacientes que procuram nossa instituição. É o Diretor Técnico que tem a função de auxiliar a Direção Administrativa, para garantir condições para que os médicos e demais colaboradores tenham condições de atender a todos. É o Diretor Técnico quem responde por qualquer questão técnica perante o Conselho de Medicina.
Dr. Mário, na sua trajetória, quais foram os momentos mais desafiadores?
Os momentos mais desafiadores, foram sem dúvida nenhuma, no momento em que aceitei o convite da Direção para assumir a Direção Técnica do HRSP e juntos, transformarmos o hospital nessa grande instituição que é hoje e que ainda vai se tornar, senão o melhor, um dos melhores hospitais de Santa Catarina que atendem pelo SUS. Outro desafio, foi reestruturar o hospital em pouco tempo e criar leitos de UTI e enfermaria COVID, para atender a população, pois além da estrutura foi necessário preparar a equipe de profissionais para atender uma doença da qual pouco se conhecia. Nós só conseguimos montar essa estrutura, graças ao comprometimento de todos os profissionais do hospital, aos quais hoje aproveito para agradecer.
Neste dia do médico, que mensagem o senhor pode deixar para os médicos do HRSP e toda a categoria?
Nesse dia 18 de outubro, Dia do Médico, quero parabenizar a todos os colegas médicos e dizer que exercemos uma profissão que não é melhor nem pior do que qualquer outra, mas é sim diferente, pois lida com vidas e nosso bem maior é a vida. Então desejo saúde e força a todos os médicos, para que possamos continuar a ajudar as pessoas que necessitam de nosso conhecimento para ajudá-los no momento em que estão mais fragilizados.