O Hospital Regional São Paulo (HRSP), retomou no mês de setembro o processo de captação de tecidos oculares para transplante. A primeira captação aconteceu na última terça-feira (05). “Devido a pandemia, as captações de tecido ocular ficaram suspensas por um tempo, entretanto conseguimos reorganizar o processo de forma segura a todos, contemplando inclusive a testagem para COVID de todos os potenciais doadores,” afirma a enfermeira Maryellen de Almeida Cazeraghi – Coordenadora de Enfermagem e Coordenadora da Comissão Hospitalar de Transplantes (CHT) do HRSP.

A doação de órgãos foi tema de uma palestra ocorrida no último dia 28, direcionada aos colaboradores do hospital. O evento interno: “Doação de órgãos e tecidos – Um ato de amor,” marcou o Dia Nacional de Doação de Órgãos – lembrado em 27 de setembro. A palestra ocorreu no início da manhã e no início da tarde. O tema foi debatido pelas enfermeiras Maryellen de Almeida Cazeraghi e Tamires Perego. “Realizamos essa palestra com intuito de trazer ao conhecimento dos colaboradores do HRSP, estagiários e acadêmicos como esse processo acontece, esclarecer possíveis dúvidas e também com objetivo de incentivar e promover a doação de órgãos. O “Setembro Verde” é o mês alusivo a Doação de órgãos e tecidos, sendo que o dia 27 deste mês é considerado o Dia do Doador de Órgãos/tecidos. A data foi instituída por lei, em 2007 para conscientizar sobre a doação,” explicou Tamires.

Atualmente o HRSP está credenciado para a captação múltipla de órgãos (no caso de pacientes com morte encefálica) e a captação de tecidos oculares (realizada a partir de óbitos ocorridos por parada cardiorrespiratória). A Comissão Hospitalar de Transplantes do HRSP atua na busca ativa de potenciais doadores e também em processos educativos para a população em geral.

A doação de órgãos e tecidos só pode acontecer em alguns casos específicos e quando não existirem contraindicações clínicas para isso. Em relação a doação de múltiplos órgãos, essa só pode acontecer em caso de confirmação da morte encefálica (através de protocolos rígidos, bem estabelecidos, exames clínicos e de imagem realizados por profissionais médicos devidamente capacitados). Neste caso a captação dos órgãos é realizada por uma equipe de captação/transplante encaminhada pela Central Estadual de Transplantes.

Em se tratando da Doação de Tecidos, por coração parado – trabalho que o hospital também está apto a realizar, Maryellen esclarece que “o procedimento é feito pela própria CHT e após a captação, os tecidos coletados são encaminhados ao Banco de Olhos, para uma avaliação mais minuciosa. Após avaliação e validação, os tecidos são distribuídos às equipes transplantadoras e consequentemente aos pacientes da fila de espera.

Maryellen esclarece ainda, que o processo de captação, independentemente de órgão ou tecido, só é realizado mediante a autorização da família. “É sempre a família que decide pela doação, por isso, é muito importante conversar sobre esse tema e refletir. Afinal, a gente nunca sabe em qual fila poderemos estar: na fila de doadores/autorizantes de doação ou na fila de espera por um órgão/tecido. Então, o diálogo é importante para que saibamos o desejo dos nossos familiares e da mesma forma, que manifestemos o nosso desejo, a nossa intenção quanto ao assunto para que isso seja um processo mais tranquilo para quem tiver que tomar essa decisão,” afirma.