Esta sexta-feira (27) é um dia especial para se falar sobre a importância da doação de órgãos. A data foi escolhida como Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, quando diversas ações são realizadas e buscam conscientizar a população sobre o assunto. No Hospital Regional São Paulo (HRSP) o tema foi abordado por meio de uma palestra, organizada pela Comissão Hospitalar de Transplantes (CHT). Um dos pontos mais emocionantes, foi o depoimento do paciente Dagoberto Dondé, que passou por dois transplantes de rim.
A palestra foi realizada no auditório da entidade, voltada a colaboradores e estagiários que atuam na instituição. As coordenadoras de enfermagem Maryellen Cazeraghi e Vanessa Piccoli, que integram a CHT, explicaram o processo identificação de um possível doador, como ocorre a abordagem a família do potencial doador e a logística para que um transplante seja realizado. A intenção é capacitar a equipe que atua na instituição.
Após a palestra, Dagoberto Dondé e a esposa Marinês Coldebela Dondé expuseram para a equipe a história de superação da família, com dois transplantes realizados e 19 anos de hemodiálise. “Com o depoimento buscamos mostrar para a nossa equipe multiprofissional o outro lado da doação de órgãos, que eles não estão acostumados a ver, que é a espera por um transplante”, frisou Maryellen.
Conheça a história de Dagoberto
O dia do transplante é lembrado por Dagoberto como um dia de muita adrenalina. Logo cedo, antes das 7 horas da manhã, ele já estava no hospital para realizar os exames pré-operatórios que são necessários para o transplante. Às 11 horas ocorreu a internação, que foi seguida pela sessão de hemodiálise. O paciente já estava preparado para ir para o centro cirúrgico quando veio a notícia que o avião que traria o rim não havia conseguido pousar em Chapecó por causa da neblina.
“Eu lembro de ter pedido para ter alta e voltar para casa, não queria mais passar por aquilo, estava muito angustiado e com vontade de desistir de tudo, pois sempre três possíveis receptores são avisados, então eu sabia que outras duas pessoas estavam nos bastidores, torcendo por esse mesmo órgão. Achei que não iriam reenviá-lo para mim. Graças a Deus deu tudo certo, recebi a notícia de que a Central de Transplantes iria mandar o meu rim via terrestre, com um carro”, conta Dagoberto.
No mesmo domingo, às 23 horas, Dagoberto foi encaminhado para o Centro Cirúrgico, enquanto o rim ainda estava a caminho. O transplante encerrou somente às 3 horas da madrugada da segunda-feira e foi um sucesso. Depois de algumas horas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ele foi encaminhado para o quarto, onde permaneceu em recuperação até o sábado 28 de maio de 2016 e então recebeu alta.
“Eu peço a todos que façam um ato de amor e doem. Não deixem as pessoas sofrendo, como no meu caso, numa sala de hemodiálise. É muito complicado, há restrições e sofrimento. Muitas vezes a doação pode ocorrer ainda em vida, entre os próprios familiares. É um ato de amor, façam isso, a coisa mais grandiosa é o amor pela pessoa que está sofrendo. Pratiquem mais a doação”, reforçou Dagoberto.
Entenda mais sobre a Doação de Órgão e tecidos
Posso ter certeza do diagnóstico de morte encefálica?
Para quem vão os órgãos?
Após a doação, o corpo do doador fica deformado?